E foi assim que eu, finalmente, voltei pra única pessoa no
mundo que nunca me abandonou ou desmereceu: Eu mesma. Foi desse jeito meio
torto, meio bruto que eu voltei pra mim. Foi depois de me doar e me doer tanto
que eu percebi que não vale à pena. Não vale porque
se uma pessoa te fere mais do que te cura, isso é doença e não felicidade. É
câncer e não amor. Viver de anestesias, dor e mais anestesias é sobreviver e
só. Me recuso. Coração vazio e sorriso cheio, que assim seja. Os arranhões já
não me doem, cada decepção eu levo como vacina. Dessa vez prometo não me
abandonar, me deixar de lado ou me diminuir por ninguém nesse planeta. Se não
tiver jeito, posso até me emprestar, me dividir quem sabe, mas me perder nunca
mais. Agora é assim, primeiro eu. Quem não gostar das regras, não joga. Tô
feliz, acredita? Olha só a irônia, fui buscar o amor e já tinha. Fui tentar ser
feliz e já era. Fui tentar me encontrar e me perdi. E, que loucura, precisei me
perder pra me valorizar.
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