quinta-feira, 15 de junho de 2017

"Olhei para o meu reflexo nos teus olhos pela última vez com uma saudade que dói em mim até hoje. Quando o amor acaba, aquele que continua sentindo sempre procura um motivo novo para nunca esquecer. Eu, por exemplo, não tiro aquelas duas bolas castanhas da memória. É difícil. Difícil dizer com exatidão o tamanho da dor, mais complexo ainda explicar a dimensão do amor. Mas agora, diante dos fatos expostos e calados pelos meus ouvidos, não adianta mais nada. Deixar os porta-retratos com as nossas fotos não vai me fazer te sentir mais perto.
Aceitar o fim nunca é tão fácil. Mas estou melhor que ontem, infinitamente mais forte do que na semana passada. Só agora entendi por que os lutadores socam tanto aquele saco de areia. Eles querem ganhar resistência. Estou ganhando a minha também. Parece que o meu coração, que até então era um dente-de-leão que o teu sopro fez partir, agora é como aquela planta, que não me lembro bem o nome, mas se fecha sempre que alguém lhe toca, agindo em legítima defesa. Você me ensinou a pensar mais em mim, mas eu não paro de pensar em você. E é isso que me dói."

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