domingo, 23 de setembro de 2018

Nos primeiros dias eu sofri, sofri muito e a sensação era de que a vida tinha perdido a graça.
Por algumas vezes falei com ele, e ele me deixava mais triste, com sua forma fria e desumana de falar comigo. 
Ele parecia não se importar comigo, e na real, ele não se importava mesmo. 
Na primeira semana, eu estava entregue ao sofrimento, me isolei e chorei. Não comia, não tinha forças. Buscava explicações, me culpava e queria aquele ser a qualquer custo de volta, nesta fase eu só lembrava dos momentos bons. 
Na segunda semana, me olhei no espelho, e vi no quanto eu me acabei nos dias anteriores. Prometi para mim mesma que não sofreria mais nenhum dia e assim eu fiz. 
Primeiro aceitei que isso era o melhor e que eu podia não entender o porque disso agora, mas la na frente descobriria. 
Comecei a ocupar o máximo do meu tempo, investir em mim, nas coisas que eu gostava e que me faziam bem e quando me vinha ele no pensamento eu simplesmente desviava o pensamento em outras coisas. 
Cortei totalmente o contato. Era um exercício diário, eu acordava e me prometia hoje não vou sofrer, passava todo o dia me ocupando, e quando ia dormir não tinha sofrido mesmo. 
Voltei a fazer todas as coisas que eu gostava e nunca mais tinha feito por causa da minha relação com ele. 
Eu tinha reaprendido a caminhar sozinha. Com um tempo eu nem lembrava mais dele e quando lembrava, eu agradecia por ter acabado, porque com o tempo eu parei de romantizar o que vivi com ele e enxerguei que momentos ruins superaram os bons. 
E então eu entendi que ele só saiu porque não o cabia na minha vida, porque não era merecedor de mim. 
Hoje eu estou feliz e em paz e consigo achar prazer e felicidade num simples acordar, em ir no banheiro escovar meus dentes, em esperar um ônibus e em estar sozinha. 
Porque está sozinha é gostoso e libertador. 
A gente precisa se livrar da idéia de que "não consegue ser feliz sem ter alguém", ou que "com ele é ruim e sem ele é pior". 
Porque? 
VIVENDO UM DIA DE CADA VEZ.

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